Anarquismo verde

Anarquismo verde
Foto de Walfrido Neto- Anarquia Verde

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domingo, 31 de janeiro de 2010

PASSO, MAS NÃO PASSEI


Ao olhar a bela foto

de'uma linda praça no Rio,

senti'uma estranha emoção,

meditei por horas a fio.


Quando a foto foi batida,

eu não havia nascido,

pois esse real logradouro,

há muito foi construído.


Hoje eu, por ela, ando,

e nela tanto passeei,

mas vendo a foto, percebo:

nesta praça, eu nunca passei.



Nota do autor:

"Passo por aquela, mas não passei por esta, pois não é a mesma praça. Tudo muda ao sabor do tempo."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Confiava em Ti


Porque me traíste?
Em ti confiava...
Atitude triste,
Em ti acreditava...

Meu sonhos entreguei a ti,
Eram partes de mim,
Momentos de vida...
Triste despedida!

De ti recebi espinhos,
Deixaste-me sozinha,
Seguirei meu caminho.

Levo-te na lembrança
Como alguém sem importância
Que não possui limites
Em sua própria insignificância...

Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Decepção Amarga


Promessas não cumpridas
Desculpas descabidas
Sonhos destruídos
Palavras proferidas

Flecha lançada
Tiro certeiro
Mira perfeita
Suspiro derradeiro

Oceano de Lágrimas
Ondas de Mágoa
Ferida Exposta
Tsunami revolta

Dor pungente
Desfiladeiro efervescente
Alma queimada
Decepção Amarga

Poesia: Flavia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SELETOS BRADOS


Lutas de veados na relva,
da selva;
inverso da paz de pirilampos,
as cornadas nos campos;
batidas de chifres, em som,
ao tom;
mas ouve-se o aviso da terra,
a guerra;
o velho sentido do medo e horror,
da dor;
o sopro da morte no cerco mundano,
humano;
cornadas da paz, de veados,
e vidas ceifadas aos brados,
de "seres avançados"!

Nota do autor:
"Selva de veados e homens."

Roberto Armorizzi

ALITERAÇÕES SOBRE AS BRISAS DA VIDA



Vê-se velhos versos,

vencidos, vindo;

vejo você,

válida verdade,

verdejando viços

verve vestidos;


vale viver;

voltas vivas

vêm voando,

varando ventos,

vertendo voos,

vunjes, venidos;


vestindo vãs virtudes,

verdades voltam,

variam vívidos verbos,

velando vontades;

vultos vendidos,

vão, volvidos.


Nota do autor:"Na brisa do tempo, vêm e vão virtudes e des-virtudes, e dúvidas."


Roberto Armorizzi

domingo, 24 de janeiro de 2010

AO MENOS

Para amores plenos
ou encontros pequenos,
nunca faça por menos,
camisa de vênus!

Roberto Armorizzi

sábado, 23 de janeiro de 2010

Renúncia

Abrir mão de si, sem refletir
Deixar entrar o sofrimento
O coração sem argüir
Despedaça-se em dores e lamúrias

Mas, também pode ser
Um ato de amor sem fronteira
Um gesto tão nobre e profundo
Que há tão poucos no mundo!

Desistência de Viver
Medo de Sofrer
Mergulhado em seu pranto,
Acredita ser mais fácil esquecer, do que vencer!
Desapego do que lhe é sincero?
Duvido, não posso crer
Não há maior escolha que viver!

Desprendimento de sentimentos
Ou um prolóquio equivocado?

Não importa a resposta
O fato é que a renúncia, de uma forma ou de outra, sempre bate a nossa porta!

Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

EU ME BASTO.

EU ME BASTO·

Planto meu proprio pasto
contruo o meu espaço.
Meu traço?
É LIVRE

[Liberdade è algo que nunca tive]

EU ME BASTO!!!


Me gasto no meu próprio aclive.
Rolo a baixo no meu declive.

LIVRE me BASTO!!!


[Pena que tive que tornar-me um ser casto]


Ana Lyra.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

PENSO QUE PENSO. LOGO, NÃO PENSO


Ouço-me,
quando sinto
que estou calado,

calo-me,
quando quero
provar que falo;

falo-me,
quando acho
que não medito,

medito-me,
para mostrar ao mundo,
que não penso.

Enfim,
não penso,
porque penso que penso,
mas num des-pensar imenso
em meu louco berrar,
insano grito,
de um mundo tenso!

Nota do autor:
"Não podemos perceber nosso ser-em-si, mas podemos avistar nosso ser-que-é-só."

Roberto Armorizzi

http://armorizzi.prosaeverso.net/

A VOLTA

Maria (ou Mário),
enquanto você sofria,
eu ria,

agora,
de tanto sorrir,
eu choro!

Hoje,
a dor me invade,
n'alma inteira,

ontem,
a voz cantava
em mim!

Lá,
eu fui feliz,
em sua dor,

aqui,
eu só lamento
o que findou!


Nota do autor:
"Colhe-se o que se planta."

Roberto Armorizzi

http://armorizzi.prosaeverso.net

POETAR SINTOMÁTICO

Andarei
para andar,
correrei
para correr,
pararei
para parar,
vencerei
para vencer;

pensarei
para pensar,
beberei
para beber,
falarei
para falar,
comerei
para comer,

e doravante,
assim por diante!

Nota do autor:
"O mesmo ato como justificação e preparação para o ato."

Roberto Armorizzi

http://armorizzi.prosaeverso.net

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Insensatez















Não faz sentido
Viver assim
Você destruiu
Tudo de bom que havia em mim.

Alma quebrada
Completamente naufragada
Pedaços de mim
flutuam num oceano sem fim...

Meu cais é a solidão
Minha companheira a desilusão
Perdi totalmente a razão
Quando te entreguei meu coração!

Nau perdida
Totalmente a deriva
Negligencia a sorte
Entregue a própria morte!

Vida nefasta
Mente devassa
Face sem máscara
Mostra as marcas...

Insensatez...


Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010























DIA INVENTADO

Poesia, poesia.
Não posso esquecer
Do que me disseste um dia:

- O que transmito
É o leitor que inventa!

Sim, eu sei.
Não posso me esquecer
Que vens pelas vias do artista
Sob determinado prisma,
Quando chega ao leitor,
Tudo se modifica


Ele é co-criador!

Poesia, poesia!
Embarco em tua fantasia
Acredito que meia-noite
É meio-dia:
Esqueço o escuro
E vivo como se ao sabor do sol.

Ah, poesia ...
Quando percebo que era noite
E não dia,
Foge-me o sol, a fantasia,
O calor, o chão e a luz do dia...

Volta ela, noite,
Com a minha agonia.




Poesia postada por Lila Marques: www.liriolilasblogspot.blogspot.com
Fonte da imagem: www.google.com.br

domingo, 17 de janeiro de 2010

DAR OU COMPRAR

O lanço está bem alto,
mas muitos querem ainda lançar,
e comprar...

O amor...

Ninguém o quer de graça,
ninguém abraça,
"na praça",
amor feliz, não há,
se não puder lançar
e comprar de quem o vende,
leiloa!
Compra-se tudo,
tudo, vende-se também,
o amor não vence
quando se quer,
mas quando ama-se o querer
comprar,
e ter até o ser;

o amor vence
quando se vê (se quer)
renascer,
quando amor se pode dar!


Nota do autor:
A inspiração inicial foi assim:
"O amor não vence
quando se quer,
mas quando se ama o querer,
quando se vê (se quer) renascer!"

Roberto Armorizzi

http://armorizzi.prosaeverso.net/

IDA E VINDA

Na vida,
a causa sofrida,
por ser tão sentida,
faz
fund'a ferida;

na lida,
a cousa partida,
é reconstruída,
assaz,
prosper'a vida!


Nota do autor:
"Quando na vida,
abraça-se a lida,
não há alma perdida."

Roberto Armorizzi

http://armorizzi.prosaeverso.net/

QUESTÃO ÉTICA


A bondade é feita...

De bom,

a maldade é feita...

De mau,

o riso é feito...

De ruim,

o grito é feito...

De bem;


o bem é feito...

De bondade,

o ruim é feito...

De maldade,

o riso é feito...

De grito,


o bom é feito de mau...!


Nota do autor:

"Pretende-se dar uma visão simplista de ética Pós-moderna, em sua consciente não-definição."
Roberto Armorizzi

Desabrochar da Consciência

















Ilustração retirada do Google

Na beira do precipício em mim mesmo,
a avalanche fria de pensamentos desconexos,
rola ribanceira abaixo, confusos, perdidos, desvairados!
Atormentado pela fuga das idéias, das fantasias e opiniões,
atiro-me entorpecido sobre ele (o precipício), alheio às ponderações,
mergulho em meditações, especulações e reflexões!

Nado no oceano das dúvidas, dos medos, dos desenganos,
das masmorras onde habitam os fantasmas de mim mesmo,
encaro-os de frente, olho no olho, sem receios,
o encontro é pesado, sofrido, deixa-me despido!

As ondas do arrependimento crescem e deságuam suas mágoas,
sem pena, sob meu corpo desnudo, gelado, dilapidado...
lágrimas dimanam em meu coração, dilacerado por tanta ilusão.

Nesse instante, frente a frente, imagem refletida no espelho,
uma luz ofusca minha triste visão,
Sua força e brilho fazem cessar a lamentação,
a luz vem se aproximando lentamente,
revigorando meu espírito e coração,
com ela caminham em minha direção,
a alegria, o amor, a fraternidade, a compreesnão...
a sensatez, o equilíbrio e o perdão...

É o desabrochar da consciência,
que pacientamente vem minimizar a tensão,
desvendando que a solução sempre está em nossa própria renovação!



Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

sábado, 16 de janeiro de 2010

Inquietude












Não tenho posição
Mexo-me em vão
Procuro algo que me liberte desta invasão.

Matéria destruída
Espírito sofrido
Espinhos da vida
Enterrados em minhas feridas.

Sofrimento atroz
Mordida voraz
Furacão veloz
Em mim, mantém-se os nós.

Companhia derradeira
Sempre sorrateira
Sonega-me o direito
De levantar-me do leito

Inquietude... Amiúde...
Apieda-te de mim!
O dia já amanhece e,
A noite chega ao fim.


Nota da Autora:

Poesia escrita em meio a uma forte crise de fibromialgia


Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://www.flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

OXIGENA A TERRA


M
I
N
H
O
C
A
.





Nota do autor:
"Túneis."
Roberto Armorizzi

A Noite e o Querubim (Soneto Pernóstico Concreto)





A Noite e o Querubim (Soneto Pernóstico Concreto)


À noite a noite há noite em tudo
Escuridade fétrica misteriosada
Lambda amarga de amargância
Amar amarga ânsia renegada

A noite fere a noite fere as almas
Solidando tristendo com/passado
Mastelando em uníssono trinadora
Mar-lactante lembranciando apeixonado

O que/rubim modestro falange serpentário
Emergentio peixonando à noitrugada
Amanhesilva devasso placentário

A noite difamética meretrizada
Devor/adora o querubim engolidário
Extrelanuras do dia roubanhadas


Autor

Ciro di Verbena


http://versosflamejantes.blogspot.com/

À beira da Ribeira











Ao sol sossobrante da ribeira,
Sento-me só, sento-me à beira,
Penso qual seria eu?
Arbusto ou trepadeira?
Que arquétipo seria meu,
Carvalho ou velha figueira?

À brisa refrescante da ribeira,
sinto-me só, sinto-me à beira,
da loucura em tua palavra certeira.
das tuas carícias em versos,
que perversos, sou mulher que incendeia.


Que fruto seria meu?
Maçã de cobra sorrateira?
Enfeitiçando, atirando ao fogo,
Meu corpo de madeira.

Ao relvado verdejante da ribeira,
Só, nua, sinto-me inteira,
Dispo-me e espremes meu suco,
Em letras, para ti, sou videira.

No úmido hálito da ribeira,
À lua, dou-te minha rosa, brejeira,
Tocas-me e eu retruco,
Em teu corpo sinto-me faceira.

À borda secreta da ribeira,
umedeço-me por ti inteira.
Abro-me, dou-te meu muco,
dando-te à boca o seio-suco,
que sei que tanto anseias.


Sentindo-te não querer-te
débil, castrado, eunuco
para ter-me por tua, mulher, nua
dando-te em meu ninho à lua, inteira.


Ana Lyra



Nota da autora:

Este poema... Eu gosto particularmente dele pois tem uma métrica assimétrica, tem uma musicalidade que parece meio valseada, não sei bem como explicar, mas eu ouço ele...

É bom ser livre não? Pelo menos na poesia!!!

Noite Enfeitiçada

O sol se punha no horizonte.
A noite ia chegando mansamente.
Estrelas no céu reluzentes.
Bruxas sedentas com feitiços em mente...
planejavam aprisionar almas alegres e sorridentes,
enfeitiçar a noite com suas mentes dementes,
espalhar o pessimismo por toda gente!

Mas, eis que de repente...
Ouviu-se um pedido de socorro presente,
fez-se um clarão em meio a escuridão!
Surgiram as fadas e os duendes iluminados para a salvação!

À noite enfeitiçada parecia dia...
Tudo em forma de poção e magia,
As bruxas perplexas e assustadas,
entreolhavam-se desesperadas,
Com tamanha intensidade da noite iluminada!

Foi neste instante que as almas penadas
sentindo-se encurraladas
deixaram-se enfeitiçar pelas fadas!

E as almas alegres e sorridentes...
Fizeram-se assim presentes na noite enfeitiçada!

Poesia de Flávia Flor (Assaife)
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

REI!




Eu vi num instante,
sair de'um castelo,
o ninho!
Que pena brilhante!
Que Rei! Passarinho!


Roberto Armorizzi


Nota do autor:
"Uma linda vista eu tive ao sair numa manhã de primavera e olhar para alta e frondosa árvore. Tal visão inspirou-me a frasear estes singelos versos."

INCOGNOSCÍVEL




Ninguém pode deixar,
ninguém pode mudar,
nem por todos os "eus",
o "Deslinde de Deus".

Roberto Armorizzi

Nota do autor:
"Não há o que fazer."

VEZ DA PAZ

Ave, Eva,
verso vivo,
voz de ave,
vai, voa!
Ave, penas,
vida,
veloz na via!
Eva,
Adão,
vês,
vens a voar!
Evoeh!
Vez da paz,
em vós,
perdão!

Roberto Armorizzi

Nota do autor:
"Invocação, Ave!"

http://www.armorizzi.prosaeverso.net/

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pressentimentos


"Déjà-vu"
Intuição?
Palpite do coração?

Sensação estranha
Voz interior
Grita no silêncio
Ecoa pelo tempo
Se faz realidade, mesmo que possa não ser...

Deixa-nos perplexos
Pensamentos desconexos
Sexto sentido
Que muitas vezes, não damos ouvido.

Avisa-nos do perigo
Protege-nos da dor
Insiste em dar-nos abrigo
Fazendo do futuro um amigo.

Palpite, impressões, sinal
Parece anormal
É um dom especial
Para proteger-nos do mal!

Para alguns temível
Talvez assustador
Pressentimentos, presságios, previsão
Podem surgir em qualquer situação!

Frequências de pensamento
Num mar em movimento
Ondas que vem e vão
Equilibrando razão e emoção...

Despe a mentira
Descortina cenas da vida
Sensibilidade veraz no coração
Eterna procura pela exatidão!

Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados







VEM, RIO!

Vem, rio,
Desaguar no meu mar
Que o meu barco
Está a desatracar...

Vem rio,
Acalma as ondas revoltas,
Soltas,
Que aos poucos estouram,
Espumam e se aprumam
Nas areias que as sugam,
Tornando-as úmidas,
Frescas
E, novamente, secas.

Vem, rio caudaloso,
Mistura-se ao meu mar
Nervoso
Com medo de secar...
Com medo de desertar...

Mostra-me o encontro das águas
Sob o vento a orientar!

É o silêncio do leito do céu
No meu peito,
A paz da aurora prenha de sol
A se aproximar...



Lila Marques.

Imagem retirada do site google.



Sol Sem Luz (Soneto Monossilábico)


O Sol, no céu, me dá o tom da luz,
da cor, do som que me vem nu, que traz
na luz do Sol, no céu a cor da cruz
e sem ter dó em luz de dor me faz!


A dor que vem é dom que não faz jus
à cor, ao tom, à luz que tem na paz
E nu me faz à luz do Sol que pus
no céu de dor, e cor, e luz... não mais!


No céu de dor de um Sol sem par, na fé
eu vou, de luz em luz, na dor e sei
que a cor e o tom da luz de dor me vem...


E traz a mão que faz a cor da lei
da dor que vem, e sei que luz não é;
No céu de dor, meu Sol a luz não tem!


Ciro Di Verbena
http://versosflamejantes.blogspot.com/

Naufrágio em Mim



Não te vás de mim,
Não me deixe abandonado assim
Neste oceano de dor,
Naufragado em ondas de amor.

Porque partiste?
Deixando-me tão triste...
Coração Dilacerado,
Emoções e sentimentos retalhados.

A deriva, sinto o soprar da brisa...
Não há forças para içar as velas,e,
Deixar-me levar...
Sem rumo... Mar a dentro a navegar!

Sou uma nau perdida,
Em sangue derramado sem medida,
Dando nova cor ao oceano,
Coberto com o meu pranto!

Teu corpo morto, inerte, imóvel...
Flutuava sem direção...
como a procurar um cais, um porto,
que o possa proteger da solidão.

Como lanças afiadas, sem piedade,
Sob a areia, repousa a saudade...
Meu corpo sofrido, fraco, perdido...
Apenas procura o teu pela eternidade!

Padecido, apunhalado, surrado
Naufrágio em mim,
Este é o fim!

Poesia de Flávia Flor (Assaife)
http://flviaflor.blogspot.com
Todos os direitos de autoria reservados

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


ENCANTOS MIL?


Triste paradoxo
Os dias da minha cidade
Indigência sob a marquise
Do Apart Hotel Beira-Mar
Cobertores trapulhentos
Descobrem a realidade fria
Sob o sol de verão...

O cheiro apodrece por dentro
Das narinas sentadas aos gabinetes:
- Fecha as janelas!
- Liga o ar!
Não vai adiantar,
Nada fecha hermeticamente,
Fica sempre uma abertura,
Por menor que seja.

O cheiro vai continuar!

É cada vez mais negra a minha cidade
A cidade do sol...
É cada vez mais torpe a minha cidade
Noites com menos luar...

Dói em mim a minha cidade
Doem olhos famintos, pedintes,
Doem cheiros da podridão hipócrita!
Dói-me a arrogância dos doutores de bosta
Dói-me a guerra dos verdadeiros farrapos...
Dói-me a mesquinhez dos megalômanos
Porra, hoje a minha cidade é só dor!

Dói-me a solidão coletiva
Dói-me a sordidez psicótica
que governa,
Sou uma estátua gótica
Que hiberna
Ruindo o gesso por dentro...
Chorando lágrimas de sangue
Como premunição de santo
Criado pelo santo homem
Para ter dó e perdoar
O pobre homem!
Pobre homem desgraçado
Emaranhado em desejos perversos
De Poder até domar os retrocessos.

Pobre homem pré-potente
De tanta potência extingue a si mesmo
De tanta pobreza de essência
Vê a pobreza alheia ignorada na Ceia,
Apenas como constituinte do Inverso;

E ele sim, só ele,
Constituindo todo o Universo...



Imagem retirada do site Google
Postado por Lila Marques - www.liriolilasblogspot.blogspot.com

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Conjecturando com certeza.

Tudo se é bastante
Mas sou homem intolerante
Sou um quarto de sujeira
Um imposto renda não pago
Indevido, improvável, indelicado
Me transformo em animal
Faço mar dançando nas estrelas - carnaval
Viro visão eliminada ilimitada de nóis
Se nós todos em só somos amor assim
Nenhum amor dentre todos são descartáveis a mim
Penso muito penso nada e contigo é lar
Casa de alguém que não sou o morador desse peito
Universo paralelo infinito me guia
Com cada estrela por onde passei a eternidade fria
Sozinho com você sem ninguém estou
Do lado de alguém a quem o amor jamais amou.



Postado por:
Beto Gomes
http://eternosaprendizes.files.wordpress.com

OSCILAÇÕES




OSCILAÇÕES


Assim como o dia se vai
E a noite vem tranquila,
Oscilam as minhas emoções
Entre o breu e os clarões.

Às vezes, entre o claro e o escuro...

Assim como nasce o sol
E em hora certa dá lugar à lua,

Assim sou eu,
Ora só, ora sua.

Assim como o perfume me floresce a alma
O aroma de estrume me estraga a calma
E, como de costume, eu arrumo a palma
E me ponho a escrever.

Assim, vou oscilando por entre os ciclos
Vou caminhando em cima dos trilhos
A tentar me equilibrar...

Assim, venho passando o meu caminho
Entre um chorar e um carinho
Entre a selva e o meu ninho.




Poesia de Lila Marques - www.liriolilasblogspot.blogspot.com
Imagem retirada do site google.

À noite na cama.


Estou aqui alijada,
na vida que vive
sem perguntar-me nada.

Do que sou, em letras
Do que sou em matéria,
Do que sou em amor,
nada...

Apenas página virada
imagem enviada,
nua postada,
viajando pelo espaço,
esmorecendo a cada traço,
rabisco que faço
com minha mão inquieta.

Reviro-me na cama à noite
relembrar-te é um açoite
que fere-me a alma
mas devolve-me a calma
na certeza que suportarei viver.

Que amanhecerá e anoitecerá
e que novamente irei ler.


Postado por: Ana Lyra http://tropecosliterarios.blogspot.com

Sufoco





O tempo abafado
Calor insuportável
Enraizado nas próprias verdades
Sofre, sua, chora, sem piedade!

O olhar perdido
Sem foco definido
Fica embaçado em meio ao suor
E, as lágrimas no tempo, imensuráveis!

Os segundos parecem eternos
Os minutos iminentes caminham descrentes
As horas, entediadas, tornam-se ausentes
Os dias perdem-se, livremente...

Impassível, mantém-se inerte.
Aborta o leme... nau a deriva...
Entrega a vida a própria sorte.

(Poesia de Flávia Flor (Assaife))
http://flviaflor@blogspot.com
Todos os direitos autorais reservados