Anarquismo verde

Anarquismo verde
Foto de Walfrido Neto- Anarquia Verde

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segunda-feira, 31 de maio de 2010

BONECAS DESCABEÇADAS


Elas,
são tão belas, assim pensadas,
bonecas descabeçadas.


Nota do autor:
‘Chapéu “ensolarado”, mundo “desidratado” ‘.
Roberto Armorizzi

MINHA VIDA

Visão – sente,
correria,
razão – mente,
não viria;

sonho – volta,
avenida,
ponho – solta,
minha vida;

belo – alma,
alimenta,
selo, calma,
não aguenta;

posto- resto,
sorriria,
rosto – presto,
sim, queria;

minha vida, plus,
se queria, ser um dia,
meu encontro, luz,
sorria...

Ora, se vou,
bela parceria!


Nota do autor:
”Ideia principal: criar palavras compostas e com sentido. O fim das palavras é sempre invadir o não-pensar. É que a força do verbo evade a razão. Então, a emoção traspassa o acaso e dilacera a dúvida de não poder versejar.”


Roberto Armorizzi

NU... "POÉTICO"

Que graça tem
um amor fecundo,
tão algoz, vinculado ao mundo?

Que graça tem
um amor ingrato,
que nos faz gato-e-sapato?

Que graça tem
um amor diferente,
que nos faz sorrir e queda-se ausente?

A graça está no amor aberto,
discreto,
que é líquido-e-certo,
mas também deserto,
tão longe, tão perto,
torto,
ou reto,
sério
ou deletério,
amor, não-amor,
crente ou cético,
nu...”poético”.


Nota do autor:
“Que amor será esse, nu...”poético”?


Roberto Armorizzi

FRACO, TÃO FORTE

De tão fraco,
venço e caço;
de tão forte, penso,
deito em mim, cansaço,
e longe passo,
de teu abraço...

Tão belo porte,
de ti, eu vejo,
passo tão certo
do meu desejo,
e perto posso,
sentir teu beijo.

O meu amor,
em ti, festejo.


Nota do autor:
‘Encontrar o amor em ti, “mal benfazejo.” ‘


Roberto Armorizzi

domingo, 23 de maio de 2010

LONGE...



Longe do perto, está céu aberto,

o longo deserto do meu coração;

o que se expande, o amor não esconde,

perto do longe, está o perdão!



Nota do autor:

"Existe algum lugar onde o perdão se esconde?



Roberto Armorizzi

segunda-feira, 17 de maio de 2010

ROMPER COM A MOLDURA

O que será da arte
quando as paredes
não mais “moldarem” e “delimitarem”
o vazio espaço-obra de arte?

A próxima etapa será “romper com a moldura”,
tirar as paredes, telhados e chão,
para excluir totalmente o objeto;
é o “puro espaço-obra de arte” que urge,
o “só-conceito”, surge!


Nota do autor:

UMA REFLEXÃO!!!

“Será que a arte finalmente será absorvida pela filosofia, quando se libertar totalmente do objeto?”

(Dedicado à arte puramente conceitual contemporânea).

Roberto Armorizzi

AGENDA

Agenda cheia de'horrores,
agenda cheia de risos,
agenda cheia de cores,
agenda cheia de'avisos;

agenda cheia de danos,
agenda cheia de amores,
agenda cheia d'enganos,
agenda cheia de dores;

agenda cheia de medos,
agenda cheia de vidas,
agenda cheia d'enredos,
agenda de lutas perdidas;

que dia tão desastroso,
mas pode ser que eu m’entenda,
meu Deus, eu estou tão nervoso!
onde esqueci minh'agenda?!


Nota do autor:
"Aliterações dedicadas à minha agenda."


Roberto Armorizzi

domingo, 9 de maio de 2010

PREÇO - "SER DE GESSO"

Dizem...
"Que todo homem tem seu preço";

muitos não veem
tais dizeres com apreço,

pois bem conheço,
de tanto ver,
o "ser de gesso",
metade humano,
meio adereço;

que triste fim,
é dizer sim
ao belo avesso,
será do agora
ou é de berço...

Se é assim, oh! ai de mim!
Pois o meu preço,
jamais esqueço:
é caminhar tão apressado,
desde o começo...

Nota do autor:
' "Ser de gesso": frio, belo e travesso.'

Roberto Armorizzi

domingo, 2 de maio de 2010

DOIS PONTOS MÓVEIS


Estou no meio de um ponto,

do qual aponto outro ponto,

o ponto que quero chegar;


mas para eu ir a'esse ponto,

preciso sair, estou tonto,

do ponto que sai meu olhar;


e o ponto que quero, que conto,

me dá outro olhar, mas de encontro

ao ponto que quero deixar;


mas não sei sair deste ponto,

que faz o encontro do ponto,

no meio de mim, situar;


não sei onde eu vou chegar,

do jeito que quero apontar!



Nota do autor:“Pontos que determinam singularidade.”



Roberto Armorizzi

"ACANISTAS"

Aqueles, tão raros, perfeitos,
escondiam tão bem, “o pincel”,
esses, em caros defeitos,
"arranham o céu";

aqueles, com velhos conceitos,
"flutuavam", do risco ao pastel,
esses, ganharam direitos
de "chaparem" ao léu;

aqueles, tão logo aceitos,
ascendiam imagens de "mel",
esses, em toques desfeitos,
nos "tiram o chapéu".


Nota do autor:
“Antes, só aqueles mandaram. Depois, todos ficaram.”
(Poema dedicado aos pintores)


Roberto Armorizzi